terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?
Ferreira Gullar
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Um comentário:
Saudações, meu camarada!
Passei pelo teu blog e gostei do que vi.
Muito bom, mesmo.
Abraços pernambucanbaianos...
Germano
www.clubedecarteado.blogspot.com
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