terça-feira, 15 de dezembro de 2009

RODA VIVA OU ROLETA RUSSA?


Os irmãos Pandolfo se saíram muito bem ontem no PGM Roda Viva na TV Cultura. Programa que oprime, na minha opinião, por conta do cenário antigo, da velha fórmula e etc.
Os jornalistas convidados por estarem também ali numa situação de "fazer a melhor pergunta" ou a "mais inteligente, complexa", "vou dar o melhor de mim...rs", também estão expostos e se sairam mal.
Por favor me corrijam se eu estiver errada pois só assisti ao PGM no penúltimo e último bloco e sei lá até por isso estarem discutindo a diferença entre grafitti e pixação ou se eles são ou não são contraventores e sobre melhores lugares pra se manifestarem é tão pobre, é tão por fora que eu fiquei ali vendo até onde se podia chegar. E não se chegou a lugar nenhum.
Pouco se discutiu sobre a arte em si e sobre todo o comportamento embutido.
Tentou-se resgatar uma memória infantil de ambos sobre Volpi que curiosamente a dupla conheceu mas claro não tinha idade e memória para lembrar de nada (os dois foram levados pela mãe no ateliê dele. São do mesmo bairro, Cambuci).
As melhores perguntas vieram do Cunha Jr e do Felipe Chaimovich do MAM por motivos óbvios. O primeiro é jornalista de cultura e o segundo curador do museu de arte moderna.
Poderiam ter convidado tb alguém do IAC, MAC ou do meio da arte urbana/ contemporânea pra salvar essa entrevista dura e pouco esclarecedora?

Continuo aqui com vontade de tempos modernos na velha televisão brasileira. Infelizmente a única aberta educativa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PARADIGMAS


Esse é um trechinho valioso do artista Zezão em entrevista exclusiva para a INIT arte visual.

"É muito louco pq lá fora já tem um reconhecimento da arte urbana pra dentro de um museu de uma instituicao só que ao mesmo tempo a arte urbana é total discriminada, o único lugar no mundo que vc pinta com uma “certa tranqüilidade” é o Brasil.
Em Paris em Londres onde eu pintei foi sempre uma coisa muito escondida de madrugada, super vigiado, câmeras em todos os lugares mas é esse espírito mesmo do proibido.
E essa coisa de contaminar a cidade com a arte despertou o interesse pra essa arte mais institucional, do museu, ao ponto de dizer "meu não dá mais pra fugir disso é uma realidade.”
A rua é tudo mas eu sentia uma necessidade de partir pra outro desafio sabe, que é transformar o lugar, viver da própria arte, satisfação maior que essa não tem.”

Zezão fala que o Brasil é um país que vai sempre na contramão. A demora de artistas como ele, OSGemeos" e outros, de estarem só agora em instituições e poderem assim viver da arte é real hoje mas foi lento todo esse processo.
Ao contrário dos artistas estrangeiros que são reconhecidos pela arte em galerias e podem viver disso mas que não podem pintar nas ruas tão "livremente" como fazem os brasileiros. É um paradigma.
Fora todo o contexto mainstream que a própria arte urbana e contemporânea as vezes se submetem tb na indústria de mkt e publicidade.

Esse documentário vai desvendar tudo isso. Esse é um tira gosto!