segunda-feira, 17 de maio de 2010

CONTRASTES


Belém do Pará cidade de contrastes. Falar em diferenças no Brasil é pleonasmo mas aqui em Belém a gente vê isso nas ruas o tempo todo.
Essa diferença está em tudo. Na primeira volta que a gente faz pela cidade vemos casas boas e ruins ao lado de prédios modernos com espaços gourmet. O estilo colonial contrasta com as casas construídas ao acaso.
Os bairros nobres se fundem com os bairros de periferia em uma mesma esquina.
Tem uma rua aqui bem surreal. No mesmo quarteirão há o consulado da Finlândia, umas casinhas de madeira, um prédio nobre e muitos buracos nas ruas e lixo por toda a parte.
O Lixo é uma coisa muito problemática na cidade ainda, as pessoas não tem uma cultura do cuidado, da preservação urbana e principalmente da ambiental. É uma tristeza ver esse descaso com a cidade e sabemos pelos jornais como é complexo todas as outras questões de violência latifundiária e de banditismo que há no estado.
A gente sente o contraste também térmico no corpo que resfria no frio do ar condicionado depois de sentir o calor das ruas e suar em bicas no calor úmido.
As pessoas vivem dentro de bolhas de ar condicionado, nos carros, nas lojas, nos escritórios e dentro de suas casas.
A alegria de sentir o ar gelado logo acaba quando você começa a sentir as mãos geladas e o frio que em certos lugares é tão baixo que mais que compensa o ar quente de fora.
Fora é como estar dentro de uma sauna, a umidade te faz ficar meio zonzo e com uma preguiça tamanha, e tudo o que se quer é água, banho, piscina, rio, tudo menos o ar condicionado.
Não falo mal aqui só tento dividir como é o viver diferente porque os contrastes estão em todas as partes.
As pessoas tem sua beleza e estilo particular, de quem vive em uma região quente. Há os que tem a cara dos povos indígenas, misturados com os europeus. Vi gente com perfil árabe também. Pessoas lindas com misturas que não consigo reconhecer.
Percebi que os ricos tem o rosto meio rude com nariz alongado meio grosseiro para as mulheres. E os mais pobres são mais escuros com o nariz largo, o maxilar quadrado, marcado e o tom da pele cor de jambo.
Tirando o tom de jambo me vi esteticamente muito nessas pessoas mais pobres. Vi muito minha filha, somos dessa tribo aí...rs.
Conheci pessoas muito sensíveis, inteligentes. Gente que a gente troca e aprende. As pessoas são abertas, carinhosas. Elas nos dão um banho de abertura e nos fazem sentir bem e em casa.
Temos muito o que aprender com elas. Os europeus então precisariam fazer um curso de "destravação" total com o povo daqui.
Entendo e fico feliz até de ouvir as pessoas falarem que eu não pareço uma paulista. Porque os paulistas, as pessoas do sul são muito fechadas e de uma maneira geral são o oposto das daqui.
Há muitas quebras de paradigmas. E por isso sinto todas essas coisas quando viajo e descubro os lugares e as culturas diferentes.
Há muito clichê, informações distorcidas. Pra entender tem que vir, pisar, olhar e tentar viver sem ser um turista com idéias pré- concebidas.
Se muitos ainda não se convenceram então só me resta matar a curiosidade pelo estômago. A culinária paraense.
Ela é uma das melhores do mundo. E pelo gosto exótico que tenho já a elegi a mais gostosa do Brasil. E agora dá pra falar com a boca cheia.
Os peixes todos, as carnes misturadas aos temperos e frutos regional é a perfeita combinação de orgia gastronômica que você pode viver.
Comilona que sou não estou dando conta dos sabores e tipos de pratos que há nesse mundo daqui e esse texto não dá para ser na terceira pessoa.
Fiquei encantada com a farofa de pupunha, fruto amazônico que tem o sabor do nosso pinhão do sul só que é adocicado, vermelho, bonito e combina perfeitamente com todas as castanhas que se pode imaginar. Tudo junto misturado, uma coisa.
Bom, falar da culinária paraense tem que ter conhecimento de causa e rende vários posts. Deixo para os especialistas então.
Constatei também na falta de salada e cá entre nós nem precisa, já tem tantas outras opções de comida para vc pensar nelas.
As pessoas comem pouca salada aqui ao contrário de nós que temos muita opção e oferta barata. Aqui é muito caro também.
O "isolamento" geográfico faz o Pará ter histórias, climas, políticas e toda uma vida própria.
Histórias felizes e tristes. Histórias de contrastes.

Foto: As gêmeas Ruth e Raquel do bairro de Icuí e Duda. Só semelhança nas 3.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

PROGRAMA MAIS CULTURA


Gostando de fazer parte desse programa o "Mais Cultura" do Ministério da Cultura neste momento com a parceria do Instituto Elos.
Hoje neste exato momento nosso amigo Fernando Nacarato super artista plástico e arquiteto, o arquiteto Marcelo Rosenbaun e outros consultores juntos em Recife estão numa maratona de formação psicológica, cultural e de vida na comunidade carente chamada "Zumbi".
Faz tempo que não escrevemos. A parte masculina está também a todo vapor em Belém do Pará quase virando uma castanha!
Teremos em breve maiores e melhores notícias sobre nossa linda filmagem feita agora em cinema, pois é...tá lindo!
Para saber mais sobre esse programa de cultura : http://mais.cultura.gov.br/

Até,
Fer